quarta-feira, 31 de março de 2010

Divergência política interdita rádio Futura FM

Antônio Ferreira, diretor financeiro da rádio, não acredita em rixa política

Juliana Cunha

A Rádio Futura FM, instalada em Itajubá desde 2007, funcionava com alvará provisório cedido todos os anos pelo antigo prefeito Benedito Pereira dos Santos. O último alvará provisório estava vencido desde dezembro de 2009, e uma denúncia feita à atual administração da cidade, exigiu que a emissora da cidade obtivesse alvará próprio e não provisório.

Rodrigo Rieira, diretor da rádio, assinou dia 10 de março, o termo de interdição da emissora. Durante a assinatura, ele ressaltou que aquele momento deveria ser registrado como um dos atos mais brutais contra a democracia já vistos na cidade de Itajubá. Para Rieira, o real motivo da interdição é a divergência entre ele e o atual prefeito Jorge Mouallem. Ele ainda afirma que pela primeira vez no Brasil, uma prefeitura fechava uma emissora de rádio e conclui que uma nova rádio não era de interesse de alguns grupos políticos.

Dia 15 de março deste ano, Rieira, protocolou o pedido de alvará, e no mesmo dia, a rádio retomou sua programação com o comunicado do presidente do Conselho da Fundação Trespontana, Sebastião Imar Martins Riêira reafirmando o compromisso da rádio com ou ouvintes de Itajubá.

A Prefeitura Municipal de Itajubá publicou em seu site, uma nota de esclarecimento com o título “Ninguém está acima da Lei”. A nota evidência o compromisso da prefeitura com a população através do cumprimento das leis e constantes fiscalizações. Ela cita a interdição de uma serralheria no bairro Vila Rubens, por falta de alvará. Para finalizar, a nota ressalta que a prefeitura não irá se acovardar diante de membros políticos poderosos da cidade.

Duas semanas antes da interdição, a rádio Futura recebeu uma moção congratulatória de autoria do vereador José Maria Mendes. O vereador também acredita na perseguição política entre as partes e após a interdição da rádio, apresentou uma moção de repúdio contra o governo de Jorge Mouallem e seu vice Laudelino Augusto.

A moção foi aprovada com seis votos de abstenção e dois favoráveis. Mendes comparou a atitude do prefeito com a de Hugo Chávez, que persegue a imprensa da Venezuela com autoritarismo. “Temos um Hugo Chávez dentro de Itajubá, isso é fato. Ele usou do poder para desrespeitar a população e vetar a imprensa. Muita pressão ainda vai acontecer por parte da administração de Jorge Mouallem”, afirmou Mendes.

Já o diretor financeiro da rádio, Antônio Carlos Ferreira, acredita que há razão entre as partes. “Eu vejo zelo dos dois lados. Zelo da rádio em querer se regularizar e zelo da prefeitura em querer a regularização. Não acredito em rixa política, mas no mundo político tudo pode acontecer.”

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