segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Em Cambuí, 200 produtores cultivam morango em 120 hectares


O aposentado, Pedro Oda cultiva 80 mil pés de morango orgânico

Iara Siqueira

O sul de Minas é o maior produtor de morangos do país. Cambuí tem a sua economia baseada na produção da fruta, prova disso é o bairro rural do Rio do Peixe com cerca de 200 produtores, ao todo o município de Cambuí tem 120 hectares plantados o que gera uma renda bruta anual de 15 milhões. O tipo do morango mais plantado na cidade é o “oso grande”, e é comercializado principalmente em São Paulo, parte da produção orgânica vai para Belo Horizonte, o produto é vendido principalmente em hotéis e supermercados.

O engenheiro agrônomo da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) Luís Cláudio Nimtz afirma que nós precisamos alcançar novos mercados. O pessoal não consegue escoar toda produção para o consumo in natura, uma parte tem que ir para a fabricação de doces, também nem todo morango dá padrão embalar por estar muito grande ou pequeno. “Cada dia o consumidor está mais exigente”, comenta o engenheiro agrônomo.

Além do clima frio, existem requisitos básicos para iniciar a produção, como explica Nimtz “é preciso preparar o solo, depois tem a mão de obra, o plantio e a colheita”. O investimento inicial não é barato devido à compra de equipamentos e manutenção da plantação. O valor é de um real e cinqüenta por pé de morango.

Outros cuidados são em relação ao “monitoramento da área em que está produzindo, pulverização, adubação, uso exagerado de agrotóxico, a irrigação não pode ser em excesso é preciso fazer túneis que são colocados em cima do canteiro para evitar geada e a chuva”, explica Luís Cláudio.

Dona Terezinha Pereira, 50, ajuda o marido na plantação de morango, mas sua habilidade está em preparar pratos como: geléia, licores, iogurte, tortas, bolos, doce em pedaço utilizando a fruta. “Eu aprendi com a minha mãe, mas fiz cursos para me aperfeiçoar. Ela faz essas guloseimas há 20 anos.” Quando o morango está maduro eu separo para fazer o licor que leva 10 dias para ficar pronto, tem que saber o ponto certo, tudo é preparado no fogão a lenha. O segredo dos pratos segundo ela está em preparar tudo com amor. “A venda não dá muito dinheiro, mas dá para conseguir uns trocadinhos, diz”.

O aposentado Pedro Oda, 69, começou a plantação de morango orgânico comercialmente há 10 anos. Ele conta que em uma visita a um morangal, o dono não deixava o filho chegar perto porque tinha veneno, a partir daí, ele começou a pensar numa maneira de desenvolver alimentos orgânicos utilizando a agricultura natural e contribuir com a saúde do consumidor.“O investimento é menor do que o convencional, pois não utiliza agrotóxico nem adubo e a mão de obra é menor”, diz. Já o preparo do solo adubação verde, o farelo de arroz no lugar do adubo para ativar a vida no solo. Seu Pedro que foi o primeiro a investir na plantação de orgânico que chega hoje há 80 mil pés de morango. O lucro que tem investe novamente na plantação. A caixa do morango orgânico chega a custar duas vezes mais do que o convencional. O morango convencional é vendido entre dois a três reais, já o preço orgânico varia entre seis até 10 reais ou mais, depende da época.

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