sexta-feira, 13 de maio de 2011

Excesso de produção reduz preço da batata


José Reis, funcionário da fazenda, trabalha na plantação


André Almeida

Os agricultores de Senador Amaral adiaram a colheita da batata plantada em outubro de 2010 no período das águas, na expectativa de reação do preço. Em janeiro no início da safra, o valor chegou oscilou entre R$ 10 e R$ 20, insatisfatório para cobrir as despesas de produção. A atividade da colheita teve que ser substituída pela do plantio no período da seca para ser comercializada em junho de 2011.

A decisão em deixar a batata no solo esta relacionada à localização privilegiada do município, a cidade ostenta os títulos de a mais alta do estado de Minas Gerais e a segunda do Brasil com 1600 metros. Com essa condição, o clima ameno é predominante, a temperatura anual varia de 15ºC a 17ºC. O tempo necessário para o desenvolvimento do tubérculo é de 100 dias, mas os produtores esperaram 160 dias para colher e valorizar o produto.

A plantação de batata na cidade é de 550 hectares, a colheita está no início e em ritmo lento. O produtor Benedito Aparecido de Almeida afirma que utilizou a estratégia, mas não obteve o resultado esperado. “Comecei a colher na metade de abril, aqui por ser uma região fria pode segurar a lavoura por mais tempo do que em outros lugares, porém o preço não melhorou muito, essa batata foi vendida entre R$ 25 e R$ 30”, afirma.

O principal motivo da redução do preço é o excesso de produção. Houve um aumento da área plantada e mais investimentos na compra de fertilizantes e os altos valores do ano passado atraíram novos produtores. Como não há consumo para a quantidade de batata que há no mercado, os preços caíram e estão longe dos valores praticados anteriormente.

O agricultor Milton Benedito Sales diz que manteve a mesma área de plantio da safra anterior, 20 alqueires e está insatisfeito com o preço do mercado. “A qualidade do produto é muito boa, a batata não pegou doença. O problema é que produziu muito, ano passado se colhia 1000 sacos, esse ano subiu para 1500 por alqueire, se vender a menos de R$35 perde dinheiro”, afirma.

O preço na região ainda está bem baixo se comparado com as safras dos anos de 2009 e 2010. O valor do saco de 50 quilos na roça está em média de R$ 24 a R$ 26. Ano passado, a batata chegou a ser comercializada a cerca de R$ 70 e R$ 80. O preço ideal para a venda de acordo com os produtores é de R$45 a R$50.


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