Vigilância Sanitária de Cambuí recolhe caramujos africanos em terrenos baldio |
Gorete Marques - Cambuí
A Vigilância Sanitária recolheu oito sacos de caramujo
africano em dois lotes que fazem divisa no Bairro Santa Edwiges em Cambuí. A equipe
chegou ao local depois da denúncia de uma moradora. Trata-se de um molusco exótico,
ou seja, que não é originário da Mata Atlântica. A espécie é hospedeira do parasita
Angiostrongylus Costaricensis, um verme causador de duas doenças, a Angiostrongilíase
Abdominal e a Meningite.
A angiostrongíliase abdominal provoca a perfuração do
intestino, causando hemorragias e pode levar a morte. Os sintomas são parecidos com apendicite,
o que dificulta o diagnóstico. Um estudo realizado pela PUC, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, comprovou a relação entre a doença e o contato
como o caramujo africano.
O
estudo ainda mostra que o parasita Angiostrongylus Costaricensis pode
provocar meningite. Embora o risco de morte seja
menor, a doença pode causar feridas oculares e levar à cegueira. Os principais sintomas são febre
alta; dor de cabeça intensa e contínua; vômitos; náuseas; rigidez dos músculos
da nuca, ombros e das costas e falta de apetite. Podem surgir manchas vermelhas
na pele. Em crianças menores de um ano, os sintomas mais comuns são moleira
tensa ou elevada, irritabilidade; inquietação; choro agudo; rigidez corporal e
em alguns casos convulsões.
O caramujo africano é uma espécie considerada invasora.
Teria sido trazida para o país no final da década de 80, clandestinamente, visto
que no IBAMA não há registros da importação do molusco. De acordo com dados da União Internacional para a Conservação da
Natureza (IUCN), as espécies invasoras representam a segunda maior ameaça à
biodiversidade em todo o planeta, só perdendo para os desmatamentos.
No
Brasil há registros de casos em São Paulo, Santa Catarina, no Paraná, no Rio
Grande do Sul e no Distrito Federal. Segundo Alessandra da Silva Lambert,
Agente Epidemiológica da Vigilância Sanitária, a quantidade encontrada nos
lotes é de 20 quilos. Ela explica que esta é a segunda denúncia, feita em menos
de um ano, sobre a presença do molusco na cidade. E alerta, “caso a pessoa
encontre o caramujo, deve usar sal ou cal para matar ou até pisar nele com uma
bota ou um sapato fechado. Não deve haver o contato com a pele”.
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