sábado, 21 de abril de 2012

20Kg de caramujo africano são retirados do bairro Santa Edwiges



Vigilância Sanitária de Cambuí recolhe caramujos africanos em terrenos baldio


Gorete Marques - Cambuí

A Vigilância Sanitária recolheu oito sacos de caramujo africano em dois lotes que fazem divisa no Bairro Santa Edwiges em Cambuí. A equipe chegou ao local depois da denúncia de uma moradora. Trata-se de um molusco exótico, ou seja, que não é originário da Mata Atlântica. A espécie é hospedeira do parasita Angiostrongylus Costaricensis, um verme causador de duas doenças, a Angiostrongilíase Abdominal e a Meningite. 

A angiostrongíliase abdominal provoca a perfuração do intestino, causando hemorragias e pode levar a morte.  Os sintomas são parecidos com apendicite, o que dificulta o diagnóstico. Um estudo realizado pela PUC, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, comprovou a relação entre a doença e o contato como o caramujo africano.

O estudo ainda mostra que o parasita Angiostrongylus Costaricensis pode provocar meningite. Embora o risco de morte seja menor, a doença pode causar feridas oculares e levar à cegueira.  Os principais sintomas são febre alta; dor de cabeça intensa e contínua; vômitos; náuseas; rigidez dos músculos da nuca, ombros e das costas e falta de apetite. Podem surgir manchas vermelhas na pele. Em crianças menores de um ano, os sintomas mais comuns são moleira tensa ou elevada, irritabilidade; inquietação; choro agudo; rigidez corporal e em alguns casos convulsões.

O caramujo africano é uma espécie considerada invasora. Teria sido trazida para o país no final da década de 80, clandestinamente, visto que no IBAMA não há registros da importação do molusco. De acordo com dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), as espécies invasoras representam a segunda maior ameaça à biodiversidade em todo o planeta, só perdendo para os desmatamentos.

No Brasil há registros de casos em São Paulo, Santa Catarina, no Paraná, no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Segundo Alessandra da Silva Lambert, Agente Epidemiológica da Vigilância Sanitária, a quantidade encontrada nos lotes é de 20 quilos. Ela explica que esta é a segunda denúncia, feita em menos de um ano, sobre a presença do molusco na cidade. E alerta, “caso a pessoa encontre o caramujo, deve usar sal ou cal para matar ou até pisar nele com uma bota ou um sapato fechado. Não deve haver o contato com a pele”.

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