Marcos Roberto trabalha há 25 anos como cabeleireiro na cidade |
Lysa Maria - Pouso Alegre
As mãos femininas dominavam a
prática da profissão, mas o público masculino que atua na área aumenta a cada dia.
Antigamente, os homens atuavam somente como barbeiros, de lá prá cá, muito
coisa mudou, no ramo da beleza. As dificuldades de emprego em outros setores e
o rápido retorno financeiro do ofício despertaram o interesse do sexo masculino
pela profissão de cabeleireiro.
Sebastião de Assis Rodrigues,
mais conhecido como Assis, trabalha na área há dez anos. Assis conta que nunca
se imaginou nesta profissão, e começou essa carreira por necessidade, pois há
dez anos quando se mudou de São Paulo para Pouso Alegre, ele abriu uma
lanchonete que não deu certo, e se viu perdido. Sua esposa que já era cabeleireira
não quis voltar. Então ele começou a fazer o curso de cabeleireiro, por estímulo
de sua esposa.
No início, ele conta que o
preconceito era tanto, que até ele próprio não estava aceitando esta profissão.
O preconceito era de todos os lados, “meus amigos sempre me criticavam”. Com o
passar do tempo Assis adquiriu experiência, e percebeu que, com esta profissão
o retorno financeiro era rápido, principalmente quando se trabalha bem, e se
torna reconhecido pela qualidade do trabalho.
Hoje o cabeleireiro trabalha em sociedade com sua esposa e sua irmã, e também montaram uma escola de cabeleireiro. “Estou realizado com a minha profissão”. Assis ressalta que o preconceito ainda não acabou. Os homens ainda procuram essa profissão por necessidade, “quando um homem fala que é cabeleireiro, as pessoas ficam olhando”.
Rodrigo Cezar Seabra Silveira, relata
que ele não se identificava com a profissão, e também precisou de um empurrão
para entrar no ramo da beleza. Ex-técnico de eletrônico atuou nesta área
durante dois anos. “Eu vi que atuando como cabeleireiro o retorno financeiro
seria mais rápido”, por estímulo da mãe, que atua como cabeleireira, Rodrigo
começou o curso e se encontrou nessa profissão. O cabeleireiro conta que em sua
família nunca houve preconceito, mais entre os amigos e conhecidos, o preconceito
sempre esta presente, “quando um homem fala que é cabeleireiro quem esta a sua
volta, já pensa em homossexual”, afirma.
Há 25 anos trabalhando na área, Marcos
Roberto, mais conhecido como “Beto´s cabeleireiro” afirma que se adaptou desde
o início”. Ele ressalta que o preconceito
só existiu no começo da carreira, seu pai demorou a aceitar a opção profissional.
O cabeleireiro conta que quando os amigos do pai perguntavam, no que seu filho trabalhava,
ele não dizia, ficava com medo deles ficarem debochando.
Para o cabeleireiro o preconceito
só existe quando o profissional não sabe se posicionar na profissão. “Eu tenho
que impor respeito em meu ambiente de trabalho, tenho que fazer as pessoas me
respeitarem e são as atitudes do dia a dia que vão fazer isso”. Em seu salão hoje
trabalha a sua esposa e seus dois filhos, que já demonstram grande interesse
pela carreira do pai.
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