terça-feira, 15 de maio de 2012

Presídio orgânico

 Presidiários recebem treinamentos e cultivam mais de 850m² de horta orgânica
Elaine Romão - Itajubá
            
Produção de alimentos sem agrotóxicos, cuidados com a preservação do meio ambiente e uso de métodos naturais no plantio é o que 13 detentos do presídio de Itajubá aprendem desde a última quarta-feira. Eles integram o curso Teórico e Prático de Agricultura Orgânica do município e aplicam as técnicas aprendidas na horta comunitária da unidade.

A parte teórica do curso é ministrada pelo engenheiro agrônomo Luiz Gonzaga Carneiro na Casa do Produtor, terá carga horária de 40 horas, Já a parte prática é feita nas instalações do presídio. Mais de 850m² de terreno plantado com sistema de irrigação por aspersão e 61 canteiros são totalmente mantidos pelos presidiários.

O diretor de ressocialização do presídio, Leandro Palma, explica que desde a implantação da unidade em 2009, havia a ideia do projeto. “Desde 2009, quando vimos um espaço ocioso na unidade idealizamos um projeto, que beneficiaria os reeducandos e também instituições filantrópicas”.

Segundo Palma, parte da produção de hortaliças e legumes é destinada a cozinha interna da unidade, e que outra é doada para instituições filantrópicas da cidade, como creches e asilos. Os detentos participantes da iniciativa têm um dia da pena reduzido a cada três de trabalho de acordo com o artigo 126 da Lei de Execução Penal.

Para o preso Donizete Ribeiro da Silva de 43 anos, condenado por homicídio, o programa é uma chance de reinserção no mercado de trabalho após o cumprimento de sua pena. “O projeto enriquece nossos conhecimentos além de propiciar no futuro uma profissão”.

Silva conta ainda desconhecer o uso da agroecologia na região. “Nosso trabalho além de novo é muito importante para o meio ambiente e gostoso de fazer, sabemos que o que plantamos aqui é muito saudável”.

Palma ressalta que além da importância ambiental a reinserção social é o maior benefício oferecido. “Vislumbramos a importância do projeto para a reinserção social, além de proporcionar o aperfeiçoamento na profissão de lavradores”, concluí.

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