terça-feira, 15 de maio de 2012

Tombamento em reforma

Reforma no interior do prédio do Grande Hotel divide opinião de especialistas
 Adélia Oliveira - Itajubá

O prédio do Grande Hotel construído em 1890, bem imóvel tombado pelo CODPHAI (Conselho Deliberativo do Patrimônio Histórico e Artístico de Itajubá), vem sofrendo reformas em seu interior para a inauguração de um restaurante, o que está causando grande tumulto com relação à liberação das obras.

Segundo Cássia Almeida, antiga diretora de Turismo do município, na última reunião ordinária do Conselho de Turismo em que participou no dia 27 de fevereiro, do ano corrente, o Conselho tomou conhecimento que o edifício do Grande Hotel estava sendo reformado com modificações no seu interior que incluíam a remoção de paredes e pilastras que sustentavam o prédio.

O Conselho já sabia de uma obra de troca de reboco da área externa que vinha sendo realizada em caráter emergencial, porém sem acompanhamento técnico comprovado.

Cássia ressalta que “embora o tombamento histórico contemple apenas a fachada do prédio, área externa, cabe ao CODPHAI zelar pelo patrimônio como um todo e, se necessário, levar ao conhecimento da Promotoria Pública ações irregulares que tragam riscos ao patrimônio.”

A partir deste comunicado, Cássia garante ter sugerido que constasse em ata que o Conselho deliberasse para que o Poder Público Municipal, em caráter de urgência, fizesse uma avaliação detalhada das reformas e emitisse um parecer técnico para o CODPHAI. Segundo ela, isso não aconteceu.

Nesse parecer deveria estar incluído um detalhamento das obras interna e externa, bem como comprovantes de projeto de reforma e de acompanhamento técnico assinado pelo arquiteto responsável.

Em contrapartida, Fábia Izidoro, secretária municipal de Cultura e Turismo, garante que o CODPHAI teve conhecimento do restauro externo do prédio, pois o mesmo é
tombado pelo Conselho, mas que a reforma interna não é da alçada da secretaria, uma vez que toda e qualquer obra realizada tem a fiscalização da Secretaria de
Planejamento.

“O problema do beiral do prédio, que estava caindo e oferecendo riscos à população, foi discutido nas reuniões do Conselho, junto com o proprietário do prédio, que entrou em contato com uma arquiteta que elaborou um pequeno projeto para execução da obra, para seu restauro e preservação”, afirma Fábia.

A Secretaria de Planejamento e a CODPHAI foram procurados, mas não houve retorno até o fechamento da edição.

O engenheiro civil Rafael Tavares garante que independente da reforma, toda e qualquer obra deve ser projetada e acompanhada por um profissional competente, evitando assim riscos à população, aos trabalhadores e ao prédio.


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