Regina Rennó busca recursos para o documentário |
Adélia Oliveira - Itajubá
Com belas palavras e um desejo
artístico encantador, semblante alegre e coração cheio emoção, Regina
Coeli Morais Rennó conta dos seus projetos. A gravação de um documentário é a
realização de um antigo sonho. A artista da Fundação Guignard, há 35 anos,
trombou de forma rara com o poema 'Triste Horizonte', de Carlos Drummond de
Andrade.
Após todos esses anos, o projeto
foi aprovado pela Lei Rouanet. Juntamente com sua equipe dará início à gravação
do filme intitulado com o mesmo nome do poema, que está em fase de captação de
recurso.
Em 1977, quando Regina estudava
em Belo Horizonte, em plena ditadura militar, um avião teco-teco sobrevoou a
cidade. Papéis eram atirados do avião com o poema nele impresso. Tempos férteis
aqueles, em que os artistas, assim como a imprensa, enfrentavam no chão ou até
mesmo de avião todas as censuras e proibições do governo.
Esse fato dos papeis atirados se
deu em protesto contra a exploração de minério em Minas Gerais, o que estava
acabando com a paisagem da região. "Eu passava pela Afonso Pena e
apanhava um destes papeizinhos que caíam do céu", conta emocionada.
O documentário será feito na
forma de entrevistas, com pessoas que viveram naquela época, para mostrar como
a arte pulsava então, e como a cultura estava em plena efervescência na capital
mineira que, por outro lado, padecia com a exploração das mineradoras. “Um
contraste de vida e morte, que nós vamos colocar nas telas”, relembra.
Paixão pelos traços
Com um largo sorriso no rosto
Regina conta que desde que se entende por gente, já desenhava. Ela afirma que
as artes plásticas sempre fizeram parte de sua vida.
Natural de Itajubá, mas
apaixonada pela capital mineira, cidade onde reside. Desde 1981 está no mercado
editorial. Começou como ilustradora de livros de outros autores.
Em 1987, passou a fazer livros de
imagem, sem texto. A partir de então, publicou 30 títulos de livros de imagem.
Ao todo são 50 títulos publicados, além de dezenas de ilustrações de outros autores.
Ao fazer referência ao desenho, a
artista fala que, a sensação enquanto desenha é de voar, voar e voar.
Para chegar aonde chegou os
caminhos não foram simples e fáceis, mas Regina é grata a todos que cruzaram
seu caminho e aos que com ela percorreram e percorrem nessa jornada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário