domingo, 10 de junho de 2012

Música no ar

O músico, Genézio Vicente Pereira atua na banda desde 1959
Sibele Cristina - Tocos do Moji

A Banda Lira Tocos Mojiense completa em 2012, oitenta e cinco anos.  Inúmeras pessoas fizeram parte dessa família de músicos, dentre elas, uma em especial, um dos integrantes mais antigos, e que hoje, se orgulha em dizer que participa há mais de cinquenta anos dessa história.

Genézio Vicente Pereira faz parte da Banda Lira Tocosmojiense desde o ano de 1959, que no início tinha o nome de Banda Lira Nossa Senhora Aparecida, e sempre tocou clarinete. Desde criança existiu o interesse pela música, aprendeu a tocar o instrumento com Zé Pereira, o primeiro maestro e professor da banda.

O músico ficou fora da banda por um tempo, quando saiu de Tocos do Moji, para tentar a vida em São Paulo, mas mesmo assim, ele não ficou longe do que mais gostava de fazer. Na terra da garoa, tocou durante dois anos em uma banda italiana, que era composta por nove integrantes, que entoavam marchinhas de carnaval e músicas de fanfarra. Mas em 1997, voltou para Tocos do Moji e retornou a banda de origem, nessa época tinha dezesseis integrantes.

Senhor Genézio, conta com os olhos marejados, que hoje, depois de oitenta e cinco anos, é muito diferente. Relembra que faziam apresentações somente em festas de igreja, mas não era fácil como agora, que tem ônibus para levar os músicos, “naquele tempo, tinha que gostar muito para continuar firme na banda”.

De acordo com o músico, tinham que carregar os instrumentos no braço, e chegar até o local da apresentação, a pé ou a cavalo. Fazia sol ou chuva, lá estava os músicos reunidos, caminhando estrada a fora para mais uma exibição, se o local fosse um pouco mais distante, dormiam em um espaço improvisado pelas escolas.

Dá para perceber nos olhos de Genézio, a saudade que tem dessa época que marcou história. A relevante lembrança na memória é a alvorada. As 5h da manhã, os músicos tocavam para acordar a população, e logo depois, biscoitos e broas eram servidas na peneira. “Ah meu Deus! como era bom, quando fecho os olhos posso até sentir o sabor que aquelas rosquinhas tinham, e o amor que a banda sentia em realizar as alvoradas, cada nota no instrumento era uma expressão de satisfação”.

Senhor Genézio, não só é um dos integrantes mais antigos da banda, como foi um dos que lutaram para que ela não chegasse ao fim, pelas dificuldades como a falta de estrutura.

Uma das apresentações que o músico nunca vai se esquecer foi em Borda da Mata, quando tocaram no coreto da cidade que ficava no alto, onde todo mundo podia ver perfeitamente. “Nossa aquele dia foi emocionante, ficamos no alto, no meio da praça, todos nos aplaudiram com muita emoção”.

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